Era dia de semana. Mais uma reunião almoço, burocracia no prato principal. Encontros profissionais que normalmente só encaminham tarefas, resoluções ficam para outro momento menos gastronômico.
Eu não gosto deste tipo de encontro profissional, acho improdutivos e também não se come bem. Para um glutão isso é um favor relevante.
Só que nesse não foi bem assim...
Entre cumprimentos cordiais, pastas, documentos.
Adentra cenário: sorriso cativante, roubando minha concentração. Derrubando argumentos.
Como seria seu nome? Desejei que fosse Glórinha, a mesma que Nelson Rodrigues descreve em “ O Casamento”. Sim, aquela menina verniz casta, porém devassa em segredos.
A minha Glórinha, menina mulher, amante fêmea.
Reparo detalhes, trejeitos. Preciso me fazer notado.
Já nem sei onde foi parar a pauta. Só ouço burburinhos.
Analiso papéis inelegíveis. Tento disfarçar.
Sinto que cada gesto me denuncia.
A reunião termina, sem saber do desfecho. Só me vem à cabeça como descobrir meios de reencontrá-la. Na verdade nem sei o que ela foi fazer, praticamente não disse nada, nem abriu qualquer pasta ou acrescentou algo relevante ao encontro. Só queria saber se ela me notou. Se positivo, não esboçou qualquer sinal. Essa é minha Glórinha ! Discreta, mas devassa na hora certa. Sei, não me digam nada. Deixa essa incógnita me embalar.
Já passou um ano desse encontro e nunca mais tive notícia da minha Glórinha. Só sei que ela ainda perambula nas minhas lembranças.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Glórinha
sábado, 27 de outubro de 2007
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Cuidado com esse Machado
Estalos, ruídos,
Sombras desconexas.
Silêncio capela,
Penumbra assustadora.
Vejo-me perdido,
Comigo mesmo.
Sustos,
Pensamentos vagos.
Respiro tudo em volta,
O ar não basta.
Perdi o controle.
Tua imagem já não reflete
No tubo da minha lembrança.
A lámina afiada da tua ausência,
Como um machado impiedoso,
Dilacerando-me.
Pensar em ti,
Uma brincadeira perigosa,
Um labor masoquista.
Vício de desejo,
Impulso de dor e querer.
Entrego-me como oferenda,
Ao sacrifício
Estalos, ruídos,
Sombras desconexas.
Silêncio capela,
Penumbra assustadora.
Vejo-me perdido,
Comigo mesmo.
Sustos,
Pensamentos vagos.
Respiro tudo em volta,
O ar não basta.
Perdi o controle.
Tua imagem já não reflete
No tubo da minha lembrança.
A lámina afiada da tua ausência,
Como um machado impiedoso,
Dilacerando-me.
Pensar em ti,
Uma brincadeira perigosa,
Um labor masoquista.
Vício de desejo,
Impulso de dor e querer.
Entrego-me como oferenda,
Ao sacrifício
sábado, 13 de outubro de 2007
terça-feira, 9 de outubro de 2007
domingo, 7 de outubro de 2007
BAQUETEANDO CONTIGO
Silvia
QUISERA SER TUAS BAQUETAS,
NÃO MERAS BAQUETAS,
AS TUAS BAQUETAS....
SERIA TUAS BAQUETAS.
EXTENSÃO DOS TEUS DEDOS,
APÊNDICE DOS TEUS OSSOS.
SENTIRIA TUA PULSAÇÃO,
CURTIRIA TUA VIBRAÇÃO.
NÃO MERAS BAQUETAS.
MAS AS TUAS...
TEUS DEDOS PRESSIONANDO,
SUANDO EM MIM...
TE DAR MEU MELHOR SOM.
SER TUA, APENAS TUA.
AS MAIS PRECIOSAS BAQUETAS.
SIMPLES BAQUETAS...
VIBRANDO CONTIGO,
ARRANCANDO DE TI O MAIS FORTE INSTINTO
SOAM, TOAM, RUFAM...
TRIBALMENTE ME ANUNCIANDO !
CONTIGO E BAQUETEANDO EM TI,
EM MIM... NÓS,
TAMBORES... SABORES...
TONS... SONS
Silvia
QUISERA SER TUAS BAQUETAS,
NÃO MERAS BAQUETAS,
AS TUAS BAQUETAS....
SERIA TUAS BAQUETAS.
EXTENSÃO DOS TEUS DEDOS,
APÊNDICE DOS TEUS OSSOS.
SENTIRIA TUA PULSAÇÃO,
CURTIRIA TUA VIBRAÇÃO.
NÃO MERAS BAQUETAS.
MAS AS TUAS...
TEUS DEDOS PRESSIONANDO,
SUANDO EM MIM...
TE DAR MEU MELHOR SOM.
SER TUA, APENAS TUA.
AS MAIS PRECIOSAS BAQUETAS.
SIMPLES BAQUETAS...
VIBRANDO CONTIGO,
ARRANCANDO DE TI O MAIS FORTE INSTINTO
SOAM, TOAM, RUFAM...
TRIBALMENTE ME ANUNCIANDO !
CONTIGO E BAQUETEANDO EM TI,
EM MIM... NÓS,
TAMBORES... SABORES...
TONS... SONS
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Assinar:
Postagens (Atom)